sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para não esquecerem de mim (2)



Do Leandro Narloch:

“2.

Em 1963, o escritor gaúcho Sergio Faraco, então um jovem estudante encantado pelo comunismo, foi à União Soviética fazer um curso de filosofia e economia política. Seu quarto em Moscou até era confortável, tinha aquecimento e uma boa escrivaninha, mas um item do alojamento o levou à loucura, pelo menos segundo as autoridades soviéticas. Na parede, um rádio com um único botão, de volume, reproduzia sem cessar a programação em espanhol da Rádio Moscou. Faraco não conseguia dormir, pois não era possível desligar o rádio. “O fio do aparelho era embutido na parede e tive de arrancar-lhe o cofre para fazê-lo calar”, contou ele. Essa transgressão, aliada a pequenas outras, levou o jovem a conhecer um lado oculto do regime soviético: o uso dos hospitais psiquiátricos como prisões. As autoridades o internaram à força no Hospital do Kremlin. Faraco ficou três meses trancado e a base de tranquilizantes, até poder voltar correndo ao Brasil. Sergio

Faraco levou quase 40 anos para conseguir contar essa história. Só a publicou em 2002, no livro Lágrima na chuva – uma aventura na URSS.”

E eu, que fiquei com tanta pena da Paloma, em Amor à Vida, fiquei emocionada com a história. Ainda acontece aqui, segundo o autor da novela.

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