terça-feira, 19 de março de 2013

HABEMUS PAPAM. Algumas reflexões




Como todos sabem eu sou fã do Papa Chico e não é só porque ele é O Papa da vez. Eu simplesmente penso que, se ele está neste posto é porque houve interferência divina para que isto acontecesse. Um motivo maior que me leva a ampliar meu grau de admiração foi sua postura conservadora em relação à pureza da fé, que ele demonstrou em suas opiniões iniciais.

Ao mesmo tempo tenho que ser franca e dizer que nem sempre concordei com as opiniões de todos os papas em todos os tempos. Para que se entenda isto temos que ver nossa Igreja apenas como representante de Cristo na terra e não como o próprio Cristo. E que ela é feita por homens e pela sua fé. Não acredito no dizer bíblico de que não acontece nada na face da terra que não seja pelos desígnios de Deus, a não ser como um ato de fé. E, em alguns momentos de nossa Igreja, penso que não foram os desígnios de Deus que levaram a Igreja a atuar.

Os católicos ovelhas sempre me criticaram por essa minha atitude, mas, jamais me argumentaram solidamente sobre seus pontos de vista. O que chamo de pureza da fé, e talvez também o Papa Chico, é manter a separação entre as coisas da Igreja e do Estado em termos de doutrinas e teorias políticas. Jamais, modernamente, proporia uma Cruzada contra o Islã, mesmo sabendo que eles não são tão gentis em relação a nós. Talvez venha das Cruzadas o germe da guerra das épocas modernas.

Admitir, com Jesus, que pobres sempre existirão na face da terra, não implica que tenhamos que a abandoná-los à sua própria sorte, mas também sou contra a ideia de extingui-los, a não ser que sua extinção nos permita viver como seres humanos, até dentro de nossas diferenças. Dizer que homens podem nascer pobres e morrer pobres dentro de nossa sociedade, é apenas admitir que somos diferentes e estas diferenças serão mantidas, enquanto formos seres humanos. O que nos resta é, através de nossa ação de misericórdia, a qual abrange a caridade, fazer com que todos tenhamos a melhor vida possível na face da terra, e que não seja pela violência cometida contra aqueles que de forma cristã puderam ter mais posses do que nós, de forma moral e ética.

Como estou nesta veia religioso/político/filosófica devo acrescentar que tudo dito pelo Papa Chico até agora foi no sentido de que dentro de nossa fé, ajudemos aos mais pobres e também aos não pobres a viverem bem neste mundo, dentro dos princípios cristãos. E daí sua indisposição com o atual governo argentino que, da mesma forma que as esquerdas latino americanas querem ferir o capitalismo de morte, apenas porque nele alguns podem prosperar mais do que outros, e nem todos devem serem miseráveis.

Sua não disposição de não incentivar os católicos que pertencem à “esquerda caviar” e querem implantar a luta de classes desde que seu whisky não seja racionado, e manter viva a fé e a caridade como princípios cristãos legítimos, além da procura de riqueza materiais que é tão legítima quanto outras atitudes ações humanas, já estão provocando uma onda de boatos infames contra ele em relação a suas atitudes na argentina. E isto é bom, porque é sintomático de que eles, que já vem perdendo os Boffs da vida, agora vão ter que viver mais tempo sem os “padres de passeata”.

Dom Hélder não faria melhor se fosse papa. Escolheria naturalmente o nome de Severino. E eu nem me importaria de que ele fosse chamado o Papa Biu. Quem sabem teremos uma Revolução dentro da Paz?

Tenho certeza, isto só encherá mais as nossas igrejas e nossas obras de caridade voltarão a ser uma verdadeira proteção para o pobre, sem a ideia de eles estão em extinção, porque agora há o Bolsa Família. E estes pobres não servirão de massa de manobra para manter certos governos que deles se aproveitam para ficarem ricos e falarem mal dos ricos às custas dos pobres.

Hoje os padres, que já começaram a fazê-lo, voltarão às suas igrejas, não para se esquecerem das funções sociais que no Igreja podem praticar, mas, para dizer que o único jeito de se sair da pobreza é procurar trabalhar e ser o mais produtivo que se possa ser. E quanto mais for produtivo o seu trabalho, menos será o custo para que isto seja alcançado, com a ajuda de Deus.

Não podemos fazer uma reflexão como esta sem falar de alguma coisa que envolve tudo isto, em sua parte mundana. Educação, conhecimento, informação estão em sua base, inclusive a educação religiosa, e seja ela de qualquer religião. No plano mundano, não há solução a curto prazo, a não ser para aqueles que querem ganhar as próximas eleições. No médio e longo praza, dotar as pessoas de educação é a solução para o homem neste mundo. No próximo prestaremos contas a Deus, e eu sei que tenho algum crédito com o orientador do Chico.

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