segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Uma arma para evitar ou encontrar cocô de elefante




Ontem publiquei aqui uma extensa poesia de Cordel, que falava da imbecilidade do Big Brother Brasil. Eu não discordo muito dela, com ressalvas para que poupem nosso livre arbítrio, inclusive, aquele doentio de ver estupros na TV.

Mas, quem vê as ações de Tereza Cristina, não se espanta mais com nada. Porém, sempre temos a opção de mudar de canal e tentar ver a TV Brasil. Fiz isto uma noite destas e me dei bem, por descobrir que há duas espécies de elefantes no planeta e que apesar daquele seu tamanho, e o tamanho do seu estômago, que chega a consumir mais de 300 quilos de vegetal por dia, ele é importantíssimo na cadeia alimentar das áreas onde vive.

Descobri que seu intestino é preguiçoso e não digere bem os alimentos produzindo no final do ciclo digestivo um estrume da melhor qualidade, servindo até de alimento para outros animais e produzindo esterco para a fertilidade da terra, importante para alimentação de todos os animais.

Tenho obrigação de ser franca, e dizer que só fiz isto para evitar um jogo de futebol horroroso e que nem me dei ao trabalho de me levantar para ter a opção de exercer meu livre arbítrio. Aí eu me lembrei de um ditado que diz, que “é melhor acender uma vela do que reclamar da escuridão”. No caso, a vela que eu tinha em mãos era o Controle Remoto. E no outro dia, encontrei, em um blog, que não me lembro o nome, um texto do Luis Fernando Veríssimo que veio a calhar para me ajudar a começar esta semana aqui no meu. Sim, o título do texto do Verissímo é “A arma”.

Vejam que esta arma da qual ele fala pode muito vem ser usada para enfrentar a imbecilidade de certos programas, inclusive quando a Griselda fica muita chata por tentar ser tão politicamente correta, ou se elimina a pessoa errada no BBB. Eu uso a arma e vou cair no programa do Ratinho. Aí eu volto, usando-a outra vez. Será que é assim na Ilha de Pala? Fiquem com o Veríssimo:

Nessa discussão sobre baixarias na TV e a má qualidade generalizada do que vai ao ar, ninguém se lembra que toda casa brasileira — pelo menos toda casa brasileira com TV — tem uma arma eficaz de autodefesa. É uma arma poderosa. Com ela se cala a boca do político embromador e do apresentador gritão, se elimina o programa que choca ou desagrada e o troca por outro, se chega até, em casos extremos, a cortar a força do aparelho ofensivo e silenciá-lo, para sempre ou por algum tempo, para aprender. E tudo isto sem sair da poltrona.

O nome da arma é Controle Remoto. É movida a pilhas e cabe na palma da mão. Não é uma invenção muito antiga. (Sim, crianças, houve um tempo em que para ligar e desligar a TV ou mudar de canal você precisava sair do sofá e ir até lá. Inconcebível, eu sei.).

Mas minha neta começou a usar o controle remoto antes de começar a andar, e pelo menos duas gerações se criaram usando-o sem se dar conta da mágica que tinham nas mãos. O poder de mover as coisas à distância e comandar o mundo sem precisar sair do lugar é uma ambição humana desde as primeiras bruxas, mas as gerações que se criaram com ele usam o CR com a inconsciência de um cachorro brincando com uma bola de césio.

Se não se dão conta do seu poder mágico, muito menos se dão conta de que o CR é uma arma. Porque o CR também representa essa outra coisa potente que temos para nos defender das agressões da TV: o livre arbítrio. A capacidade de decidir por nós mesmos. De procurar uma alternativa, outro canal, ou o silêncio. Em vez de dizer "isto deveria ser proibido" e incentivar, indiretamente, a censura, e negar o direito dos outros de gostarem de porcaria, deveríamos exercer, soberanamente, a liberdade de escolha do nosso dedão.”

Um comentário:

  1. Conterrânea LP, bons dias!
    É isso mesmo. Na casa do administrador do Ilha de Pala na prática é SIM para sua pergunta. Embora, quando tem mais de um assistindo a TV em um ambiente e um deles quer ver determinado programa e o outro não a decisão é baseado no velho ditado: “Os incomodados que se mudem”. Assim, o incomodado se muda para ver TV em outro ambiente, sem incomodar e, também, sem resmungar. Desse modo, prevalece outro velho ditado: "Quando um não quer dois não brigam". Na Ilha de Pala, sempre existe uma saída que mantém a harmonia dos palaneses, com ou sem “arma”.
    Abração,
    Roberto Lira.

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